Se você está pensando em escapar do inverno brasileiro em busca de paisagens branquinhas e um frio de verdade, Bariloche em junho pode ser uma opção tentadora. Localizada na Patagônia argentina, essa cidade é um dos destinos mais amados pelos brasileiros quando o assunto é neve, chocolate quente e lareira acesa à noite. Mas será que junho já tem neve garantida por lá? E o que levar na mala para não passar frio (nem perrengue)? Neste artigo, eu te conto tudo o que você precisa saber para planejar bem sua viagem.
Bariloche em junho tem neve ou não?
Essa é, sem dúvida, a pergunta mais comum quando falamos em viagem a Bariloche. E a resposta pode variar um pouco, mas já adianto: sim, existe chance de ver neve em junho — mas com algumas observações importantes.
O inverno no hemisfério sul começa oficialmente no dia 21 de junho, mas Bariloche já começa a esfriar antes disso. As primeiras nevascas costumam acontecer no início ou meados de junho, principalmente nas áreas mais altas, como no Cerro Catedral. No centro da cidade, porém, ainda não é garantido encontrar tudo branquinho.
Ou seja: se o seu sonho é brincar na neve, fazer bonecos ou esquiar, o ideal é planejar a viagem para a segunda quinzena de junho. Nessa época, as chances de encontrar neve aumentam bastante, especialmente nas montanhas e nos centros de esqui.
Em 2022, por exemplo, o Cerro Catedral abriu parcialmente suas pistas já no dia 20 de junho. Mas em anos mais quentes, isso pode atrasar. Então, vale a pena ficar de olho em sites de clima e nas redes sociais dos centros de esqui para acompanhar as atualizações semanais.
Como é o clima em Bariloche em junho?
Junho marca a transição do outono para o inverno, e o clima entra de vez naquela vibe gelada que a gente espera da Patagônia. As temperaturas médias ficam entre -2°C e 7°C, ou seja, faz frio de verdade — especialmente à noite e nas primeiras horas da manhã.
Outra característica marcante é a umidade. Neve e chuva costumam se alternar ao longo do mês, então levar roupas impermeáveis é fundamental. Os ventos também são comuns, intensificando a sensação térmica mais baixa.
Mesmo com o frio, os dias de sol em Bariloche são algo a se admirar. O contraste das montanhas nevadas com o céu azul cristalino rende fotos incríveis e momentos memoráveis.
Uma dica prática: o pôr do sol acontece cedo, por volta das 17h30. Então, programe bem seu dia para aproveitar ao máximo as horas de luz.
Estações de esqui em funcionamento em junho
Se você sonha em esquiar ou simplesmente deslizar na neve, Bariloche tem ótimas opções para iniciantes e aventureiros experientes. O principal centro de esqui da região é o Cerro Catedral, o maior da América do Sul, com mais de 60 pistas de diferentes níveis.
Em junho, a estação costuma abrir parcialmente, com as áreas mais altas funcionando primeiro. A infraestrutura é muito boa, com aluguel de equipamentos, aulas de esqui e snowboard, restaurantes e lojas. Mesmo que você não queira praticar esportes, vale a visita: o visual panorâmico é de tirar o fôlego.
Além do Catedral, há outras opções menores nos arredores:
- Cerro Otto: mais próximo do centro, tem teleférico moderno e vistas incríveis do Lago Nahuel Huapi. Ideal para quem quer uma experiência mais leve com a neve.
- Centro de Ski Nórdico: uma alternativa para quem curte trilhas cruzando florestas nevadas. Perfeito para famílias ou casais que buscam tranquilidade e um contato mais próximo com a natureza.
Antes de definir o roteiro, vale conferir quais pistas estarão abertas no período da sua viagem. Em anos de inverno tardio, a abertura completa pode acontecer só em julho.
O que levar na mala para Bariloche em junho?
Esqueça o jeitinho brasileiro de “levar pouca roupa e comprar lá”. Acredite: com o frio que faz em Bariloche durante o mês de junho, estar mal preparado pode transformar sua viagem dos sonhos em uma dor de cabeça congelada.
O ideal é montar camadas de roupas para lidar com as mudanças de temperatura ao longo do dia. Aqui vai uma lista prática do que não pode faltar:
- Segunda pele térmica: é aquela camada justa ao corpo que ajuda a manter o calor sem aumentar o volume. Leve pelo menos duas ou três trocas.
- Casaco impermeável e corta-vento: essencial para enfrentar a neve, a chuva e o vento. Existem modelos com enchimento térmico que são ideais.
- Calça térmica ou de neve: pode até não ser tão estilosa, mas vai salvar seus joelhos do frio. Se for esquiar, é item indispensável.
- Botas impermeáveis: caminhar na neve com tênis molhado é receita para gripe garantida. Prefira calçados com sola antiderrapante.
- Acessórios: gorro, cachecol, luvas (de preferência impermeáveis) e meias térmicas completam o kit de sobrevivência.
Não se esqueça também de protetor solar e óculos escuros: mesmo no frio, os raios UV e o reflexo da neve podem queimar a pele e os olhos.
O que fazer em Bariloche além da neve?
Junho pode ser o início da temporada, mas Bariloche vai muito além das pistas de esqui. Mesmo que a neve ainda esteja tímida, há diversas opções para curtir — com ou sem frio extremo.
- Tour de chocolate: Bariloche é famosa por suas chocolaterias artesanais. Não deixe de visitar a Mamuschka, Rapanui ou Abuela Goye. Prove o chocolate quente — não tem erro.
- Circuito Chico: um dos passeios clássicos, que leva a mirantes como o Cerro Campanário, com vistas amplas de lagos e montanhas.
- Navegação no Lago Nahuel Huapi: mesmo no frio, fazer um passeio de barco pelas águas cristalinas do lago é uma experiência memorável.
- Gastronomia patagônica: aproveite para experimentar pratos típicos como cordeiro patagônico, truta e empanadas. O vinho argentino harmoniza perfeitamente.
Se você curte experiências mais autênticas, pergunte aos moradores locais sobre feiras de produtos regionais ou apresentações folclóricas. Em baixa temporada, ainda é possível encontrar boas opções culturais sem o fluxo intenso de turistas.
Vale a pena viajar para Bariloche em junho?
Viajar para Bariloche em junho é, ao mesmo tempo, uma aposta e uma oportunidade. Talvez ainda não seja o auge da neve, mas é quando os preços estão mais em conta, as filas são menores e a cidade começa a se preparar para a alta temporada.
Para casais em busca de clima romântico, famílias que querem uma introdução ao universo da neve sem estresse, ou viajantes práticos que evitam superlotação, essa época é ideal. É o tipo de viagem que dá pra fazer com planejamento inteligente, aproveitando promoções de passagens e hospedagem.
Agora, se a sua meta principal é esquiar muito, ver tudo branco e fazer guerra de neve como nos filmes, vale considerar o mês de julho. Mas… se você for como eu — curioso, flexível e interessado em aproveitar o melhor de cada momento — junho em Bariloche tem o charme das descobertas sem pressa, sem tumulto e com aquele gostinho de exclusividade.
Então, já separa o casaco, aquece o mate chimarrão (ou leva um bom vinho argentino na mala) e prepara o roteiro. A Patagônia argentina te espera com encanto, frio e muita natureza intacta.